Há um lugar entre o tempo e o não-tempo,
onde a pele ainda canta e o olhar diz o que o silêncio guarda.
É ali que Infinitudes nasce:
no entreabrir da despedida,
no instante que decide permanecer.
Este projeto é um altar de memórias e respiros.
Cada imagem é um relicário da alma,
um espelho delicado para que o outro se veja inteiro,
mesmo às portas da partida.
Aqui, a fotografia é mais do que técnica —
é presença, rito, escuta.
É o gesto de quem se curva diante da finitude
e encontra ali a centelha do eterno.
Não se trata de parar o tempo,
mas de escutá-lo em sua forma mais pura.
Não de eternizar,
mas de acompanhar o que pulsa, mesmo quando se desfaz.
Com minha câmera, acolho histórias
que tremem como chama no vento.
Retratos que não são retratos,
mas portais —
de luz, de lembrança, de amor.
Infinitudes é sopro.
É imagem que beija a alma antes que ela parta.
É poesia feita de presença.
É oração sem nome.
É a memória viva daquilo que permanece,
mesmo quando tudo parece partir.
INFINITUDES
